terça-feira, 16 de dezembro de 2008

O Rouxinol

Trovador de canções belas,
Quem me dera assim cantar
O segredo das estrelas,
O mistério do luar.

Há na alma portuguesa
Cantigas em turbilhão,
Quando canta também reza;
Está sempre em oração.

Canta as serras e os vinhais,
Os pomares cheios de cor;
Canta o mar e os trigais
E as campinas sempre em flor.

Canta o firmamento azul
E encantos do nevoeiro
Como farrapos de tule
Perdidos pelo outeiro.

Meu rouxinol cantador,
Escondido entre os silvado,
Os teus trinados de amor
Dão ternura ao povoado.

Canta, canta, ó rouxinol,
Tuas doces melodias
À tardinha ao pôr do sol,
Ao toque de Avé - Marias.

Ó trovador sem rival,
Cantasse eu na tua vez...
Fazer trovas é sinal
De ser mesmo português.

Mas portuguesa sou eu
Porque tento versejar,
A inspiração vem do céu,
Vem das flores e vem do mar.

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