I
Ai Europa!... Ai Europa sem cabeça,
A sonhar só com grandeza e um tesouro
Para te cobrir toda apenas de ouro!
Sem procurar Valor que te enobreça.
Aceitas ser raptada por um touro,
Como aceitas o mais que te envaideça,
E que o mistério não se desvaneça
Apesar de ter sido um mau agouro...
Mesmo que negues,oh! foi um sinal
De futuras cruéis fatalidades
De muito sonho teu, com mau final...
Já chegaste a atingir prosperidades
E subir a bem alto pedestal,
Sabendo disfarçar leviandades...
II
Tão leviana foste, Europa grandiosa
Em tempos já remotos, esquecidos...
Os teus procedimentos desabridos,
De mulher imponente e orgulhosa,
Faz com que os teus amores mais queridos,
Já não vejam em ti a virtuosa
Europa: santa, alegre e poderosa.
Só vêm desvarios não contidos,
Que te abrem caminho para a tumba...
Foste invejada quando eras viril.
Hoje, cada vaidade mais te afunda,
Gastando sem contar, cada centil;
Na tua actividade agora imunda,
Só revelas, ao mundo, estar senil...
Porto, 3 - 1 - 2012
Ana Lopes Vieira
sexta-feira, 11 de maio de 2012
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