I
Coitadinho do i : é um risquinho.
E no cimo está uma pintinha,
Apenas a fingir de cabecinha,
Mas tem-na separada… Coitadinho!
Criar o i acéfalo… convinha,
A quem?... Digam, pois eu não adivinho…
O seu inventor não lhe deu carinho;
A crueldade nele se detinha…
Vejamos como o i, decapitado,
Consegue o pensamento definir
E revelar-se nada atordoado…
É bem claro no ir, no vir, no rir!
E também não se mostra irritado,
Por jamais do irritar poder fugir…
II
Quantos humanos, tendo o corpo unido,
À cabeça, não têm percepção,
Não conseguem achar definição
Para o que já está bem esclarecido…
Andam às voltas, numa agitação!...
Fingindo que procuram o sentido,
Dum tema… que desejam escondido,
Para não lhes trazer complicação…
Eis como funciona o ser humano,
Quando quer libertar-se de problemas…
Mesmo acéfalo, vê-de o i ufano
Por jamais fraquejar nos seus dilemas…
Só os humanos causam grande dano
Inventando em defesa, vis esquemas…