quinta-feira, 28 de junho de 2007

Como Eu Sinto a Pintura

É patente a poesia na pintura.
Cada tela dos clássicos é um poema.
Se eu os quero imitar, tenho o dilema
Dum grande desacerto na mistura

De tintas, numa tela sem esquema.
Espalhar tinta, à sorte, é uma aventura:
Dá prazer ver formar-se uma figura:
Desconhecida... Bela?... Feia?... Enferma?...

O que eu pinto é cheio de mazelas...
Mas tento, sempre, dar cura aos medonhos:
Opero-os, com umas raspadelas...

Injecto cor alegre nos tristonhos,
Para dar vibração às minhas telas;
Mas fico sempre aquém... dos meus sonhos...

Eu e a Internet

Quem me fala, calado e escondido
Dentro da Internet duvidosa?...
É alguém que me deixa receosa:
Não tem nome nem rosto definido...

Pode ser amizade preciosa,
A tornar este jogo divertido;
Mas pode ser, também, um foragido,
Buscando alguma cúmplice, engenhosa,

Que, no anonimato, lhe dê fuga...
Quando vou à Internet, eu desatino:
A minha mente hesita e se enruga.

Por não poder saber qual é o destino
De pensamentos, que um ecrã me suga:
Se os dá a amigos meus, ou a cretino...