segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Uma Ave "Escrebideira"


Ó ilustre avezinha, “escrebideira”,
De corpo semelhante ao do pardal
,
Mereces bem o nome doutoral

Como sendo escritora verdadeira.

Vi teus ovos no ninho, em roseiral,
Tão lindos! Rabiscados de maneira
Delicada, que nem à lapiseira!
Acreditava ser mesmo real

A tua escrita; pois eu não sabia
Ler a tua, nem doutro escritor.
Triste pela ignorância, a mim dizia:

--- Mais que eu esta ave tem valor!...
Dentro, os filhos entendem a grafia
Que lhes diz quanto a mãe lhes tem amor.
Ex. Senhora drª. Clarisse Barata Sanches:

Só hoje me é possível vir agradecer o email e toda a atenção que deu ao meu artigo "As pessoas serão mais felizes agora?" publicado no jornal "A Ordem". Este atraso é devido a eu não ser, ainda, uma apreciadora da Internet, apesar das vantagens reconhecidas por tanta gente, como podermos comunicar facilmente com pessoas conhecidas e desconhecidas, perto ou longe. Mas a verdade é que, não sei porquê, este sistema de comunicação ainda não me cativou. Por isso não me decidi, ainda, a aprender a utilizá-la sozinha... Verifico, porém, que tem curiosas vantagens, pois, através dela, veio ao meu encontro uma nova e simpática amiga, desconhecida, mas em quem deteto gostos semelhantes aos meus: ambas reconhecemos a necessidade de gritar "alertas!", para os desastrosos problemas sociais e morais da nossa sociedade, agravados pela péssima governação actual. Outra afinidade entre nós, é que ambas cultivamos o soneto, a julgar pelo que me dedicou e muito apreciei. Obrigada e parabéns pela espontaneidade.
O soneto é, para mim, o mais emocionente passa tempo, obrigando-me a condensar aquilo que, em prosa dificilmente me disponho a pôr fim. A minha grande dificuldade, a escrever não está em começar, mas em parar, pois os assuntos vão surgindo com rapidez e caem-me na mente como de chuveiro. Dá-me prazer jogar com estes dois extremos: o soneto disciplinador e a prosa libertadora!...
Comecei muito cedo a tomar gosto pela prosa e pela poesia. Além de diversos artigos de crítica, a que não resisto, armazeno em gavetas e no computador grande número de contos para adultos e para crianças. Quanto a sonetos devo ter cerca de duzentos; e talvez outros tantos poemas simples.
Cá estou eu a andar para a frente, sem querer parar. Este defeito nem me deixa controlar o número de sonetos sobre um tema: há tempos, comecei por um só soneto a desdenhar da Internet, mas logo se intrometeu o computador, de que gosto, o telemovel, etc., e só parei no 34º soneto da série!... Dormem todos na arrecadação com os numerosos trabalhos de anos e anos...
Se não faço uma brusca travagem, não sei onde vou parar...
Com os meus melhores cumprimentos, subscrevo-me com muita estima.